Boa iniciativa!
A partir de agora as travestis e
transexuais terão o nome social impresso no Cartão Nacional de Saúde, no lugar
do nome de batismo. Este é um reconhecimento da legítima identidade dessa
população, além de uma conquista dos movimentos sociais de travestis e
transexuais. Com esta ação, o Ministério da Saúde contribui para a redução do
estigma, preconceito, violência e discriminação social, promovendo o acesso à
saúde de todos de forma humanizada. O anúncio foi feito na manhã desta
segunda-feira (28), durante coletiva em alusão ao Dia Nacional da Visibilidade
Trans, comemorado no dia 29 de janeiro.
Durante o evento o secretário de
Gestão Estratégica e Participativa do Ministério da Saúde, Odorico Monteiro,
ressaltou as conquistas já alcançadas pelos movimentos sociais LGBT’s. “Embora
você tenha o registro no sistema dos dois nomes, agora deverá aparecer impresso
apenas o nome social. Isso, sem dúvida nenhuma, é uma conquista importante. É o
Estado brasileiro e a república brasileira reconhecendo o direito de que o nome
social é o verdadeiro nome da pessoa e que não existe a duplicidade”, destacou.
Outra iniciativa criada pelo
Ministério da Saúde, em conjunto com a Secretaria de Direitos Humanos da
Presidência da República, é o combate à violência transfóbica e o
reconhecimento da saúde como espaço de cidadania. Para isso foi criado um
cartaz que será distribuído nos serviços de saúde estimulando um atendimento
acolhedor às travestis e transexuais. A representante social das travestis e
transexuais do Conselho Nacional de Saúde (CNS), Fernanda Benvenutty, é quem
ilustra a campanha. “A saúde tem sido precursora para a campanha dos direitos
da minoria”, ressalta. Quem se sentir ofendida pelo atendimento prestado deve
ligar para o Disque Direitos Humanos, disque 100.
Para o secretário de Vigilância em
Saúde, Jarbas Barbosa, o respeito à diversidade deve permear todas as ações, em
todas as esferas de políticas públicas, para que as futuras gerações cresçam em
uma sociedade mais inclusiva, com menos discriminação e mais justa. “As
travestis e transexuais são as que mais sofrem preconceito e este é dos
principais fatores que as tornam vulneráveis à infecção das DST, HIV/aids e
hepatites virais. A violência cotidiana a que estão sujeitas é o retrato de uma
sociedade que não respeita a diversidade”, afirmou.
“Gostaríamos que todos os gestores
municipais que agora iniciam seus mandados se conscientizem da importância do
bom acolhimento que essa população precisa ter nos postos de saúde. A
visibilidade é um dos caminhos para que a saúde possa contribuir para a redução
da vulnerabilidade social a que essa população está submetida”, ressaltou o
secretario Jarbas Barbosa.
Um vídeo em homenagem à Weluma
Brown, primeira travesti chacrete do país, ativista e militante LGBT, foi exibido
no encontro. Falecida no último dia 11, Welluma foi vice-presidente da
Associação de Travestis e Transexuais do Estado do Rio de Janeiro e conselheira
da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais
e Intersexuais.
No início do evento foi feito um
minuto de silêncio em respeito às vitimas da tragédia de Santa Maria, no Rio
Grande do Sul. À noite, a partir das 19h, haverá atividade cultural, com a
participação das travestis Angela Leclery e Renata Peron. A “Noite da Visibilidade
Trans”, parceria com a ONG NavTras, será realizada no Sebinho Livraria Café e
Bistrô, na 406 norte. As artistas farão uma apresentação musical, com samba e
música popular brasileira.
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